domingo, 18 de janeiro de 2009

Que tal um pouco de prosa?- Parte II

Saiu de lá vitoriosa. Sentindo-se como se fosse uma das mais importantes mulheres do mundo. Pôde dar o troco à altura, ou nunca ouviram a célebre frase: “o mundo dá voltas” ou “que a vingança é um prato que se come frio”?

Quando saiu, já passava das três da manhã. Era uma balada comum, de sábado. Lembrou-se de quantos sábados ela foi feliz ao lado dele. Saiam religiosamente em todos. E quando não davam pra sair, ficava enfurecida. De mau humor mesmo.

Chegou em casa mais leve e dormiu bem, coisa que não fazia com tanta freqüência. Quando acordou no outro dia, não lembrava sobre o que havia sonhado, mas sim da cara estática que o havia deixado na pista de dança. Estava ansiosa para o que iria acontecer nos próximos dias.

O domingo passou rápido, mas seu celular não tocou em momento algum. Nenhum email chegou. Começou a ficar tensa e apreensiva. Mas nem quis pensar muito no assunto, afinal, o que está feito está feito. Resolveu assistir a um filme e relaxar.

Era segunda-feira, estava um dia feio, peculiar como toda segunda-feira. O tempo estava nublado e chuviscava um pouco. Foi trabalhar. Seguiu sua rotina normalmente. O telefone não tocou. Ficou preocupada. Por um momento se arrependeu de suas ações, ficou pensando se tivesse voado em seus braços e dado o beijo. Ah, o beijo. Como era bom. Era um beijo calmo e sereno, daqueles que encaixavam perfeitamente nos lábios de ambos. Um dos melhores que já tivera, mas que agora, está na memória.

Passado o transe, certificou-se mais uma vez que a atitude tomada naquele sábado fora a mais sensata e procurou não pensar mais naquilo. Foi para a casa. Tomou seu banho, relaxou. Comeu um sanduíche leve, pois estava de dieta. Nunca sua vaidade esteve tão em alta. Faz parte da auto-estima, ou melhor, de uma auto-auto-estima.

Resolveu assistir a um de seus seriados favoritos em um canal a cabo, quando seu celular tocou. Era uma mensagem dizendo que havia recebido uma ligação. Não reconheceu o numero, ligou. E quanto mais chamava, mais palpitava seu coração. Só chamou. Desligou e voltou a ver TV. Estava distraída quando seu telefone tocou voltou a tocar. Era aquele numero.

Ficou nervosa. Deixou tocar mais umas três vezes. Atendeu. Não era ele. Era apenas uma amiga dizendo que havia mudado o numero. Foi educada. Conversou um pouco e desligou. Olhou o relógio e viu que já passava das onze horas, foi dormir, afinal, no outro dia tinha que trabalhar.

Na terça o sol já voltou a brilhar. Tímido, como ele. Ah, ele era tímido. Falava pouco. Mas era engraçado. Como ela se divertia com suas paranóias. Ele conseguia dificultar as coisas mais simples. Bons tempos aqueles, pena que ele precisava estragar tudo com sua indiferença. Isso ainda a magoava muito, sem contar a sua ausência depois de sábado. Nenhuma ligação, mensagem, email, nada. Ela pensou que ele só poderia ter dito aquilo pois estava bêbado e entre seus amigos. Ah os homens, gostam de se gabar por pouca coisa. Apostava que um dos amigos dele havia dito “olha quem está lá, ela! Chega nela, sempre rola uma ficada com uma ex-namorada”. E ele, como todo “bom” homem, fez sua parte. Mas foi um tiro que saiu pela culatra.

Na hora do almoço seu celular tocou. Era uma mensagem. Uma mensagem dele. Uma mensagem fofa, bem típica dele. Quando recebeu não acreditou no que leu. Suas mãos tremiam. Não acreditava no que havia acabado de ler.

Na mensagem, ele dizia que não esperava ter ouvido aquilo dela. Ficou realmente surpreso com as palavras que ela havia dito. Disse que sentiu muita saudade dos momentos em que passaram juntos. Ele ainda gostava dela, fato. Ele deixou transparecer no final da mensagem, quando disse que estava disposto a reconquistá-la.

Lá estava ela, se sentindo ridiculamente feliz. Demorou para que ele caísse na real e percebesse a mulher que tinha ao seu lado. Mas ela não respondeu à mensagem. Não. Ele já a havia feito esperar demais. Era injusto consigo mesma e poderia cair novamente no erro que cometera logo no inicio da relação: fazê-lo se enxergar como um cara bom e capaz, e não simplesmente como alguém que se auto menosprezava. Ela tinha esse trunfo nas mãos e não poderia perder essa chance, de novo não.

Seus dedos coçavam para ligar para ele, mas sua força de vontade em não cometer os mesmos erros não a fez cair em tentação. Foi difícil, mas conseguiu passar o resto do dia tranquila.

No dia seguinte parecia até castigo. Ele não saía da sua cabeça. E mais uma vez seus dedos pareciam um comichão, mas conseguiu se conter. Não telefonou, não respondeu à mensagem, tampouco mandou um email. Não, ele tinha que sofrer de ansiedade, assim como ela.

Ao fim do dia, quando chegava em casa, seu celular tocou novamente, era uma outra mensagem dele. Nesta hora seu coração deu um salto e seus olhos, ficaram úmidos. O que será que ele queria desta vez?
(continua)

4 comentários:

Lucas Peths disse...

Será que essa não seria a hora de ela começar a dar uma abertura para ele? Ou será que ela é má e o deixará esperando?

Tô curioso, ahaheheaae...

Beijo!!

Anônimo disse...

Éee, próximo capítulo amanhã !?

Curiosidade mata tah !?

Bjuu

Mabelle disse...

Just Perfect!!!
Me senti dentro da história... "mulheres, mulheres..."
Continua logo?
rs

Bjosss

Thatá disse...

"O que será que ele queria dessa vez?" hein?Hein?? ^^