quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Que tal um pouco de prosa?

Era uma vez uma garota que se viu apaixonada por um cara. Porém este cara era do tipo que ela jamais imaginou que poderia, se quer, dar um beijo. Ele, no entanto, a via como intocável. E ela, por não notá-lo direito, o desprezava. Até que um dia, ela resolveu dar uma chance a ele e os dois ficaram. E dali começaria uma história que poderia dar certo. Eu disse “poderia”.

A garota foi vendo nele atitudes nas quais ela apreciava em um homem. Ele era atencioso, carinhoso, e o melhor: estava caidinho por ela. Eram tão parecidos e diferentes ao mesmo tempo. Estudavam na mesma faculdade (logo, se viam todos os dias), tinham vários amigos em comum, tinham sintonia e a química entre ambos era perfeita. Ela viu que ali poderia surgir, quem sabe, um namoro legal e interessante. Resolveu investir. Viu naquele cara inseguro um namorado perfeito. Logo, foi aprendendo a gostar dele.

Faziam tudo junto, e a cada dia que passava via nele alguém especial. Alguém que poderia reverter todos os traumas de relações mal sucedidas. Sentia-se bem e confortável. Tudo corria às mil maravilhas até que ele, talvez, se sentiu envolvido demais e ao mesmo tempo com medo de assumir aquela relação (atitude bem típica de homens que ainda preferem os amigos às namoradas). As discussões e cobranças passaram a se tornar presentes. Não viviam mais naquele “mar de rosas”. Será que o que ambos construíram já estava desgastado? Ou ele simplesmente não estava tão mais afim dela?

Terminaram.

Tadinha. Seu coração estava em pedaços, afinal, como pode alguém que a achava inatingível lhe dar um fora assim, de uma hora para outra? Era difícil compreender àquela situação. Ainda mais que, perante o histórico do casal, o fora deveria partir dela e não dele.

Foi difícil administrar aquele fim de ano. Ainda mais que ela não via para onde fugir, afinal, era final de período na faculdade e faltar às aulas era quase suicídio. A faculdade, local que a fazia espairecer, se tornou incomodo. Por mais que não queria vê-lo, era só aparecer no corredor que logo ele aparecia também. Mal conversavam, no máximo, um aceno –de longe- com a mão. Passaram-se vinte dias desde o término e ela, ainda gostava dele. Queria tê-lo de volta, por um capricho talvez.

Um dia tomou coragem e o chamou para conversar. Havia passado um tempo, e as coisas poderiam melhorar. Mas não. Mais uma vez ele não soube dar valor ao seu sentimento. Simplesmente ignorou. Ela perguntou se havia errado em alguma coisa. Ele disse que não, que ela havia sido perfeita e que na verdade, ele não queria se envolver naquele momento.

Chorou. Como tantas vezes fez a noite deitada no travesseiro e no colo das amigas. Chorou ali, na frente dele. De cara limpa e sem vergonha de demonstrar seus sentimentos, mas sem escândalo, já que não era para tanto. Ele, no entanto, se viu indiferente diante daquilo. Ainda com lágrima nos olhos ela disse que ele tudo poderia mudar se ele a visse com outro. E ele completou: eu ainda posso me arrepender.


O tempo foi passando e eles não mais se viram. Ela não teve mais noticias dele, mas o que sentia por ele ainda estava vivo em seu coração. Ela foi saindo da pseudo-depressão na qual se encontrava. Chorava ainda com facilidade. Não comia e nem dormia direito. Estudar, pra quê? Tudo parecia ter perdido a graça. Não tinha mais objetivo, nem tão pouco, pretensões.

Até que resolveu sair e distrair a mente, afinal, cabeça vazia oficina do Diabo. Saiu. E foram aparecendo outras oportunidades, outros caras. Mesmo ainda gostando dele, já não se sentia tão presa. Fortaleceu-se. Encontrou um outro cara que a fez se sentir especial de novo. Disse coisas lindas e sinceras. Sentiu-se importante.

Mas continuou saindo. Foi a uma balada com as amigas (coisa que não fazia há tempos). Estava linda. Exuberante. Chamando a atenção de todos. Radiante. Até que o avistou encostado no balcão do bar. Seu coração palpitou forte. Sua mão ficou suada e fria. Uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo. Seus olhares se cruzaram e rapidamente ela desviou, não podia dar bandeira.

Ele a encarou, como se fosse a primeira vez que a havia visto. Ela estava de costas e sua amiga, conometrando os passos dele. “Não olha agora, ele está vindo para cá”. Estava nervosa. Trêmula. Até que uma mão suavemente a tocou nos ombros. Um toque tão familiar e saudosista.

Virou-se. Ainda que com um nó na garganta, arriscou um “oi”. Ele retribuiu e perguntou como estava, afinal, não a via desde o fim das aulas, em dezembro. Ela se portou de forma indiferente. Respondia às perguntas sem dar muita atenção. Ele insistia. Perguntou se estava sozinha, ela disse que estava com algumas amigas. Ele estava tímido. O nervosismo era notado pela voz. Não estava preparado para vê-la assim, tão renovada, bonita e com um olhar feliz.

O papo não rendia, ficavam nas perguntas mais vazias, até que ela ameaçou voltar para a rodinha onde estavam suas amigas. Quando estava saindo ele a puxou pelo braço. Calmamente, não agressivo. Ela não entendeu o motivo e o perguntou por quê. Ele, nervoso, passava a mão no rosto e tentava formar as frases para dizer o que queria dizer a muito tempo, porém, não tinha coragem para tal.

Naquele momento ele a olhou nos olhos e fez um carinho em seu rosto. Ele disse que havia se arrependido de seu comportamento. Que estava confuso com todas aquelas mudanças em sua vida. Disse também que no tempo em que não se viram sentiu um imenso vazio. Percebeu então o quanto ela era importante para ele.

Ela, surpresa por ouvir aquilo tudo, ficou sem reação. Preferiu só escutar, pois já havia falado demais. Logo veio a pergunta que ela queria tanto escutar: “o que preciso fazer para voltar com você?”. Ela pensou em listar uma série de coisas, desenterrar mágoas passadas, mas seria em vão e brigariam novamente. Pensou também em dizer: “Não precisa fazer nada” e lascar um beijo nele. Mas não, ela tinha que se dar o valor. Por mais que ainda gostasse dele, aquela não era a hora para se declarar, novamente.

Então respondeu calmamente:
“Só há uma coisa a ser feita: você precisa me conquistar para que eu possa gostar de você outra vez”.

Ele ficou boquiaberto. Surpreso até. Não esperava ouvir aquilo. Talvez esperasse que ela pulasse em seus braços e o beijasse, como já fizeram inúmeras vezes. Ela se despediu e voltou a dançar com suas amigas. E ele parado, no meio da pista, anestesiado com a resposta.


(continua)

5 comentários:

Lucas Peths disse...

Bárbara!

Parabéns pelo texto!! Só me resta dizer que estou ansioso para saber o desfecho da história. O texto me soou bem familiar, hehehehe...

E quer saber? Seu eu-lírico fez muito bem. A atitude foi certa.

Beijo!

Anônimo disse...

oi flor. agora tambem sou blogueira. coemcei hoje! rs

adorei seu texto!
Bjos

Thatá disse...

Preciso comentar? ;x
O texto está impecável...e a históriaaaaaaa...
isso a gnt cv pessoalmente! ;x

shaioshaoihsaiohsaoihs

;* amor

Anônimo disse...

Fantásticoooo...

Só me resta dizer que estou ansioso para saber o desfecho da história. [2]

Bjuu;;; ;)

Safa e Fada disse...

Babih


momento filosofia eh foi esse???

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

VC CHORO VENDO CASOS DE FAMILIA


kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

vc me mata de rir!!

adoro mto!!!

=* safa