sábado, 21 de março de 2009

Que tal um pouco de prosa? - Final

Recapitulando: Parte I, Parte II e Parte III


Acordou calma e relaxada, bem o oposto que talvez estaria se estivesse ansiosa para a conversa de logo mais. Ao abrir os olhos, ficou recapitulando os últimos acontecimentos de sua vida. Ponderando o que estaria certo ou errado, e o que valia a pena investir. Ficou pensando como iria fluir a conversa no shopping.

Lembrou de tantas e tantas vezes que ficou sonhando com este momento, principalmente quando os sentimentos estavam mais fortes. Mas, dois meses haviam se passado. Eles se afastaram. Ela conheceu outros caras. Ele, isso ela já não sabia. Por outro lado, achava melhor nem saber.

Por um momento, ela percebeu que havia parado de se importar com o que ele fazia ou deixava de fazer. Percebeu que aquilo se tornou inútil e que não acrescentaria em nada na sua vida. Por um momento, veio à cabeça a lembrança de um jovem rapaz que conheceu naquele sábado. Apesar de não ter rolado nada, trocaram telefones. Ela havia ficado realmente encantada. Mais um fator que poderia tirar ele de seus pensamentos.

No entanto, lembrou-se de uma frase que ele havia lhe dito no momento em que terminaram: “Não quero te prender, te atrapalhar a conhecer uma outra pessoa”. Mas também, ele havia dito que se tivesse uma outra pessoa no meio, as coisas poderiam mudar e ele se arrependeria. Bom, ou isso é gostar de sofrer, ou ele queria, mais uma vez, brincar com seus sentimentos?

Será que naquela noite ele a havia visto conversando com este jovem e resolveu agir? Pois então, mais um motivo para duvidar de suas intenções, afinal, se foi preciso passar dois meses para ele perceber que realmente gostava dela, por que então só foi procurá-la quando a viu em um lugar publico? Isso pareceu estranho. Seguiu o restante do dia procurando não pensar muito na conversa, mas estava atenta a esse novo detalhe.

Era chegada a hora do encontro. Arrumou-se como de costume, afinal, a vaidade é um de seus fortes. Saiu de casa. Ao chegar ao shopping, foi até o local combinado e lá estava ele, aguardando a sua chegada. Cumprimentaram-se civilizadamente, sem muitas intimidades. Ele perguntou se tudo estava bem, ela deu a entender que sim. Uma falta de assunto pairou no ar, até que ela resolveu tomar a iniciativa, dizendo que era para irem logo ao assunto.

Ele estava nervoso, ela o conhecia bem. Antes de começar a falar ele deu uma engolida como se estivesse tomando fôlego. Começou a dizer, com uma voz trêmula, mas começou. Disse que já havia um tempo que queria ter aquela conversa, mas que não tinha coragem de tentar algum contato. Ela, por enquanto, só escutava.

Sem que ela perguntasse, ele assumiu que ao vê-la conversando com um outro cara se sentiu inseguro e resolveu agir (bem o que ela já havia suspeitado). Continuou a escutar tudo o que ele estava dizendo. Além da insegurança, ele disse que naquele momento sentiu que a estava perdendo, percebeu mesmo que ainda gostava dela e que estaria disposto a assumir, novamente, aquela relação.

Ela riu. Mas não um riso de felicidade, mas sim um riso, digamos, sarcástico. Não acreditava no que havia acabado de escutar. Como ele teve a audácia de dizer tudo aquilo após aqueles dois meses? Soava extremamente ridículo! Assim que ele concluiu, ela se recompôs e começou a dizer tudo o que estava engasgado em sua garganta:

“Eu deveria ter te escutado desde o inicio, pois você estava certo quando disse que não queria se envolver e não atrapalhar a chegada de um novo alguém. Logo, foi só me ver com uma outra pessoa que você resolveu agir. Bem previsível você não acha?”

Ele a olhou perplexo. Mas continuou a prestar atenção no que ela estava falando.

“Pois bem, você agiu certo. Hoje eu vejo que mereço alguém muito melhor que você. E acho que esse alguém apareceu. Se hoje você se arrepende, o que posso fazer? O problema é todo seu. Infelizmente, alias, felizmente, nossa história acabou. E fico feliz com a sua mudança, espero que você seja feliz com outra pessoa e que não cometa os mesmos erros.”

Ele, como sempre, não disse nada, apenas a escutou. Era bem provável que ele não esperava ouvir dela todas aquelas coisas, mas, era um risco que ele tinha que correr, e ela também.

Ela, no entanto, percebeu que o que disse a ele no sábado não foi um blefe, mas sim a mais pura verdade. Depois que a gente aprende a não gostar mais de uma pessoa não adianta insistir. Levantou-se da mesa onde estavam e foi embora, o deixando ali, parado, mais uma vez.

Por um lado, foi melhor assim, cada um para o seu canto. Saiu com um sentimento de missão cumprida e pronta para uma nova paixão, pois finalmente se sentiu livre de verdade e seu coração estava aberto para que pudesse gostar de um novo alguém.

3 comentários:

Thatá disse...

Até q enfim o final dessa estória! shioahsoiahsioahs Engraçado como o final foi feliz,mas um feliz diferente dos contos de fadas! Mas eu gostei,afinal a vida real nem sempre acaba com o "e viveram felizes para sempre". Beijos gatenhaaa

C@DuUu disse...

Ufaa, o tão esperado FINAL.. e a mocinha manteve os pés no chãoo gentee... Final FELIZ pra ela neh !? Pelo menos ESPERO !! ;)

Lucas Peths disse...

Adoro o realismo da vida real! De verdade. O resto, como disse a Thalita, a gente deixa para os contos de fadas!

Gostei da série! :D:D

Um beijão!